Português no Feminino - Palavras de Carina Rosa





De forma  encerrarmos a primeira leitura para o desafio Português no Feminino 2015 decidimos dar a conhecer a autora, através das suas próprias palavras.
Poderíamos ter ido pelo caminho mais fácil recolhendo umas informações da autora através da internet, mas a entrevista permite que o leitor consiga conhecer melhor a escritora e a pessoa que está por detrás dos livros que nos dá a oportunidade de ler. 


 Carina Rosa


Por isso aqui ficam as nossas trocas de ideias:


1. O teu percurso literário já tem algum tempo. Partilha connosco as coisas boas e as coisas menos boas que a entrada no mundo da literatura te ofereceu.
Coisas boas: as pessoas que conheci, não apenas leitores-beta e bloguers, mas amigos com os quais me identifico e que entendem este meu mundo; o carinho dos leitores, que não se limitam a ler aquilo que escrevo, incentivando-me, ainda, a escrever mais e a nunca desistir; a aprendizagem daquilo que é a literatura e um grande crescimento em relação às técnicas de escrita criativa e de estrutura; as opiniões positivas, claro, porque me fazem feliz, e as negativas, porque me fazem crescer.
Coisas menos boas: talvez a exposição ao público. Muito do que um autor escreve mostra a sua visão pessoal das coisas. Transportamos muito para as personagens e isso coloca-nos numa situação complicada: expõe-nos a pessoas que não conhecemos e que não nos conhecem e que passam a fazê-lo. É uma grande responsabilidade escrever assim e mostrá-lo ao mundo. Depois, é preciso pensar muito bem naquilo que fazemos para não desiludir aqueles que um dia acreditaram em nós.   

2. Durante o processo de escrita de um livro passas por imensas fases. O que é que é mais fácil e mais difícil durante a escrita de um livro.
Mais fácil: o romance e o dramatismo, duas áreas em que me sinto à vontade e das quais gosto imenso.
Mais difícil: o enredo e as personagens. O enredo porque não é fácil torná-lo credível e fazê-lo funcionar. As personagens porque têm de estar bem caracterizadas, sem dúvidas, sem incongruências. Penso que o mais difícil, numa obra, é mesmo o planeamento e o processo de criação do enredo e das personagens, porque é mais fácil escrever quando sabemos onde estamos e aquilo que queremos.

3. Para quem nunca leu nenhuma obra tua, quais as características que podes apontar e que o leitor vai certamente encontrar.
Muito romance, algum drama e muito, muito suspense.

4. É dentro do género contemporâneo que te sentes bem a escrever ou pensas que consegues tornar-te camaleónica ao ponto de te aventurar por um outro género?  
Bem, eu já me aventurei por outro género, o policial, no qual estou a trabalhar de momento. Pessoalmente, acho que será uma mais-valia para mim enquanto escritora, porque é diferente de tudo o que tenho feito até aqui. No entanto, sim, o contemporâneo é o género em que me sinto mais à vontade. É bom, porém, sair da nossa zona de conforto e tentar outras coisas, alargar os nossos conhecimentos e capacidades. «O Escultor» está a ser um desafio e penso que quando estiver no ponto, vou respirar de alívio e ter ainda mais orgulho em mim mesma. Não são só os leitores que se fartam dos autores, quando lêem muita coisa dos mesmos e o estilo está sempre lá, começando a tornar-se maçador. Nós, autores, também nos fartamos, por vezes, daquilo que fazemos. Fugir ao contemporâneo foi uma boa decisão, embora planeie voltar, claro, à minha casa de sempre. Não é fácil ser um camaleão, mas estou a tentar sê-lo cada vez mais. Todos temos várias facetas e mais habilidades do que aquilo que pensamos.

5. “A Sombra de um passado” é o teu terceiro livro publicado. O que é que sentes com mais esta conquista?
«A Sombra de um Passado» é um livro importante, não só porque tenho um carinho muito especial por ele e o acho mesmo “fofinho”, mas também porque foi aceite por uma grande editora e isso levou-me a acreditar mais no meu trabalho. O facto de ter sido publicado por uma chancela da Porto Editora alargou-me horizontes e fez-me chegar a leitores diferentes, mesmo que tenha sido apenas em e-book. Creio que, em papel, chegaria a ainda mais. Foi sem dúvida uma conquista que me deixou muito feliz.

6. Como surgiu a ideia de escreveres “A Sombra de um passado”?
Surgiu numa noite especial de Verão, através de uma história que me foi contada. Este livro tem uma base real, com contornos fictícios que eu criei para passar a história para o papel.

7. Todas as personagens deste livro têm características que as aproximam muito da realidade. Como é que fazes para conseguir captar essa essência? Há alguma personagem pela qual tenhas um carinho especial?
Bem, eu tento colocar-me na pele das personagens, pensar naquilo que fariam em determinada situação. Rio e sofro com elas, daí, talvez, parecerem tão reais. Na verdade, eu acho que elas o parecem porque eu as vejo assim. Para mim, existem para lá do papel e poderiam ser qualquer de nós. Aliás, se o leitor não sentir o mesmo, não consegue entrar na história. Neste livro, confesso que a minha personagem favorita é o Hugo. A força desta história vem dele, ainda que seja o vilão. É ele que faz girar tudo à sua volta. Eu adoro vilões. Têm uma força que por vezes não encontramos em outras personagens. No caso do Hugo, o meu carinho por ele é ainda maior, porque há uma reviravolta na sua personalidade e ele acaba por mostrar vulnerabilidades que nos levam a perdoá-lo um bocadinho.

8. Houve alguma passagem que achaste que era melhor não colocar por medo de chocares o leitor?  
Não. Não penso nisso quando estou a escrever, nem nas cenas de agressão, nem nas de sexo. Se me pedissem para as citar em público, provavelmente não o faria, mas um livro é mais do que essas passagens fortes, é composto por tudo o resto e elas são necessárias.

9. São vários os locais do Algarve e do Porto que referes ao longo do livro. São locais que te são queridos por estarem associados a boas memórias ou foram escolhidos de forma aleatória?
Sim, sem dúvida que me são queridos. O Algarve porque é a região onde vivo, o Porto porque é a cidade onde a minha mãe nasceu e onde a minha família viveu durante muitos anos. Ainda tenho lá família.

10. O que podemos esperar nos próximos tempos em termos literários?
Estou a trabalhar muito para poder mostrar aos leitores o meu primeiro romance policial, «O Escultor». No entanto, só irá para a rua quando eu achar que está no ponto. Ainda precisa de muito trabalho e não há pressas. O momento certo chegará.

11. Pensando no teu futuro enquanto escritora, quais são os teus maiores sonhos?
Os de qualquer autor que expõe o seu trabalho, acho. Primeiro: ser lida, ser muito lida, porque uma obra pode ser boa, mas se não for conhecida, ninguém saberá da sua existência. Segundo: que os leitores continuem a gostar daquilo que lhes dou, porque a leitura é um mundo de sonhos e o meu maior desejo é fazer sonhar quem está do outro lado e passar bons momentos dentro de uma história. Penso que estes meus sonhos se reflectem nos meus leitores, mas para os conseguir, precisava de uma maior projecção no meu trabalho. Gostava muito de conseguir publicar o meu próximo livro em papel, não porque não seja lida em e-book, mas porque ainda sou da geração do papel e gosto de ver os meus livros na estante e poder folheá-los de vez em quando. Gosto de saber que existem como algo palpável e que posso oferecê-los às pessoas especiais. Penso que este seria o meu maior sonho neste universo.


Obrigada Carina pelas tuas palavras e pela tua disponibilidade.
Foi um gosto e cá estamos para ler as tuas palavras, por isso só queremos que continues a dar azo à tua devoção à escrita.


 

Opinião Livro

A Sombra de um Passado, Carina Rosa



Título Original: A Sombra de um Passado
Autor: Carina Rosa
Editora: Coolbooks
Género: Romance Contemporâneo
Páginas: 312
Ano Publicação: 2014

Sinopse

Conseguirá o verdadeiro amor apagar uma grande paixão?

Clara e Santiago vivem um casamento feliz e juntos planeiam construir um palácio de sonho para viverem com a filha. Mas quando, numa concentração de motas, Clara reencontra o homem que quase destruiu a sua vida, o passado mistura-se com o presente e a sua felicidade ao lado de Santiago é ameaçada. Hugo regressa após dez anos na prisão e Clara sabe que ele quererá vingança por ter sido abandonado e por tudo o que ela construiu na sua ausência. As inseguranças da menina inocente que foi um dia regressam e, com elas, a culpa e o sentimento doentio que nutriu em tempos por Hugo.

A sombra de um passado é uma história de amor, de sonhos e de perdas que nos leva ao mundo do crime, das drogas e da discriminação racial. Um tributo à família, aos que amam e sabem amar-se e à felicidade nas pequenas coisas.


Quando eu e a Silvana do Por detrás das palavras criamos o Desafio Português no Feminino 2015 pensamos em aliar este com a nossa parceria para leituras conjuntas, daí termos sugerido ler como primeira autora portuguesa a Carina Rosa. Se em Dezembro tinha lido o conto Olhos de Vidro, fiquei ainda mais entusiasmada para avançar para uma obra maior.

Clara tem uma vida estável com o seu marido Santiago e a filha Carolina no Algarve, longe do local onde nasceu, o Porto. Dez anos separam o momento que abandonou o local de más memórias para construir uma nova vida na outra ponta do país.

Profundamente marcada pelo passado, o presente é resultado das cicatrizes deixadas quer pelo pai, quer pelo ex-namorado Hugo. Não acredita no para-sempre, tem uma vidão muito clara e realista do que espera da vida. Por se ter deixado levar na cantiga do ex-namorado, tem serias dificuldades em ver exactamente o que de bom que tem à sua frente, e neste caso falo no amor e dedicação que o marido Santiago, depositou desde o 1º momento nela. Pelo contrário senti que a Clara transfere esse tipo de emoções para com o Hugo e não pelo marido. Enquanto se subjuga a um, a outro é fria e distante.

Em certos momentos não estava mesmo nada à espera do rumo que as situações tomam, e foi este um dos aspectos que me cativou, pela estupefacção que me deixaram. Contudo também existiram outros tantos que só me apetecia dar um estalo a alguém para chamar à razão. Com personagens verídicas que retratam o bom e o mau do caráter de cada um, achei que existiram alguns pontos que careceram de realismo. Vamos conseguindo ter uma visão de quase todas as personagens - Clara, Santiago, Hugo, Tatiana - com os diálogos internos que vão tendo e muitas vezes sentimos a angústia, frustração ou medo de cada um. E neste aspecto a Clara era a mais repetitiva com pensamentos recorrentes ao que se passou naquela garagem há tantos anos.

Não há certezas absolutas até ao final, tais são os confrontos com a verdade, a escolha, o perdão, e acima de tudo, a aceitação de que o do que aconteceu e que nem sempre há vencedores. O Hugo teve de conseguir aceitar a escolha da Clara e a Clara teve de aceitar as memórias de um passado que pouco ou nada a fizeram feliz. Para o Santiago foi um abre olhos de finalmente aceitar as cicatrizes físicas e emocionais que a mulher tanto tentava esconder.

Uma história marcada por um passado de violência que transfere uma pesada carga de mágoas e desespero para o presente e para alguém que acha que vai ser uma história de amores reencontrados, desengane-se. Ficámos na incerteza quase até ao último momento do que poderá acontecer.

Esta semana será ainda publicada a entrevista à autora da obra, Carina Rosa. Fiquem atentos!

Citações:

"O amor não pode ser ensinado. Ou existe ou não existe."

"Às vezes, amar é deixar voar."

Classificação: 4*

Friday Finds



Pegando nas minhas descobertas das últimas semanas, chega mais um Friday Finds apresentado pelo blogue Should Be Reading.
São considerados "finds" os livros que adicionamos à lista To Be Read, onde quer que os encontremos - livrarias, online, bibliotecas, etc.
Estes são as últimas adições já a contar com livros de 2015.










E vocês têm muitas adições semanais na vossa lista TBR?






Retalhos de uma Leitura Conjunta - Questões




Estas são as perguntas feitas pela Silvana do Por detrás das palavras sobre o livro


[atraso na publicação das questões de dia 19]

Questões:

1. Hugo e Clara Vs Santiago e Clara. Dois casais muito distintos apesar de uma pessoa em comum, neste momento da história o que te apetece dizer sobre eles?
Não vou falar do passado só do momento actual. 
Hugo e Clara: ela confia cegamente nele, não sabe impor-se, tem medo e tem uma atracção sexual muito forte por ele. Hugo possessivo e obcecado pela Clara, não lida bem com a rejeição, meteu na cabeça que a Clara é dele assim como se de um objecto se tratasse.
Santiago e Clara: Clara é distante emocionalmente, sabe jogar a seu favor o que quer pois o marido sempre esteve disposto a fazer tudo por ela, mesmo que não lhe mostre uma mínima parte do que ele significa para ela.
Santiago não sabe enfrentar a mulher, apesar de dar tudo na relação, é o agente passivo, pois parece pouco incomodado com receber pouco.
Basicamente nesta relação a Clara é o Hugo e o Santiago é a Clara.

2. Hugo tem vindo a ficar com a "ficha queimada" de tanta coisa má que fez ao longo da vida e continua a fazer. Neste momento o que é que achas de Hugo e o que pensar que o futuro lhe reserva?
Desde o início que pensei que esta seria uma história de amores reencontrados e que iam tentar de tudo para voltarem a estarem juntos. Quanto mais entramos na história mais me apercebo que o meu desejo inicial não vai ser atendido, mas mesmo assim acalentava a esperança que um mau passado não se torna necessariamente num mau futuro, só que o Hugo continuou igual ou pior. E quando as pessoas não têm a capacidade de aprenderem com os erros e nem sequer têm noção que erraram no passado, vão continuar a insistir no mesmo e não vão buscar as melhores armas para lutarem por aquilo que querem. O incrível nisto tudo é que queria odiá-lo e queria que ele pagasse pelo que fez, por isso em jeito de novela, é melhor ele sair do país, escrever à Clara com um sincero perdão e não voltar a interferir na vida dela.

3. Santiago tomou finalmente uma atitude. O que achas desta atitude?
Aleluia! Ele no fundo sempre soube que alguma coisa se passava com a mulher, há várias indicações disso, mas como o feitio da mulher não era o melhor para puxar pelos desabafos, deixava andar. Quando rebentou, teve um pensamento ridículo e quando finalmente caiu em si, percebeu que tinha de lutar pela sua família. E fê-lo numa boa altura e quando foram preciso medidas extremas soube usá-las para seu proveito, pois mesmo a alma mais calma quando puxada ao limite sabe rugir.



Questões finais:

1. Será que Hugo se acertou verdadeiramente com o seu passado?
Quero acreditar que sim ou pelo menos faz por isso. Acho que o que realmente importa é que as pessoas tenham a perfeita consciência do que fizeram de errado e que podem sempre alterar o curso da vida, mesmo que o passado seja feito de más opções, más influências ou azares. Só a questão Clara é que não ficou totalmente resolvida e nunca ficará, para quem não sabe amar mas conheceu quem lhe tentasse mostrar isso, ficará para sempre guardada essa ideia que isso foi amor e foi o que bastou.

2. Clara tomou a sua escolha em relação a Santiago e a Hugo. O que tens a dizer sobre estas escolhas?
Ao longo da história vamos percebendo quem ela escolhe mas acho que no final devia de ter existido uma decisão mais firme e que não ficasse a pairar a dúvida que o homem que escolheu sempre foi o certo nem nunca essa decisão foi questionável. Para mim existiram momentos que me pareceram de dúvida e insegurança que, se não tive acontecido algo de tão grave, ela poderia ter optado pelo outro. Ao confessar o passado não gostei de ter ficado com a sensação de que escolho este porque o outro nunca vai gostar de mim como eu queria.
 
3. Esta foi a tua primeira experiência com um livro da Carina Rosa. Partilha um bocadinho da tua experiência.
Já tinha lido o conto Olhos de Vidro e já tinha ficado com uma boa impressão, que com este livro ainda cimentou mais essa ideia. Houveram algumas partes que me custaram a engolir por achar que fossem irreais num enredo que me pareceu tão real, e também senti que a Carina focou-se em certos pormenores que não haviam a necessidade de se repetirem constantemente. Tirando isso, gostei da experiência de leitora novata da Carina, fui-me surpreendendo ao longo da leitura pois não estava mesmo nada à espera de certos acontecimentos. Para quem tinha um palpite do que poderia sair dali, fiquei mesmo animada com as trocas às minhas ideias. Achei um livro que nos mostra o poder que um passado pode exercer na nossa vida presente com personagens bem fidedignas, que erram mas tentam mesmo assim viver com os seus defeitos e aprender com eles. Uma boa mensagem.

 
Mas uma leitura conjunta que terminamos, sábado será a publicada a opinião completa ao livro e domingo a entrevista à autora, Carina Rosa.
E assim completamos o nosso primeiro mês do desafio Português no Feminino 2015.

Retalhos de uma Leitura Conjunta - Desafio 4




O último desafio e este é diferente, cada uma sugeriu um tema diferente para a outra, por isso aqui fica o da Silvana:

Desafio 4:

Escolhe uma música para cada personagem.


Clara




A canção começa com esta frase "Remember those walls I built?" e depois continua até chegar a esta parte "I found a way to let you in, But I never really had a doubt, Standing in the light of your halo, I got my angel now" e continua. 
Acho que é uma boa escolha para definir a relação da Clara com o Santiago e agora nos momentos finais também se pode aplicar ao amor que sente pela filha, "Baby I can see your halo, You know you're my saving grace."

Hugo



Para o Hugo resolvi escolher uma canção que fala de arrependimentos e de tomar novas e boas decisões, de não existirem ressentimentos mesmo quando há coisas que são difíceis de esquecer. Imaginei-o a ter esta canção como tema de conversa com o Valentim.


Santiago



Não queria uma música triste para o Santiago e acho que esta representa bem o amor que está disposto a mostrar pela mulher, mesmo que ela não veja as coisas como ele as vê, afinal ele é todo dela e só dela. "There's no need to complicate, our time is short, This is our fate, I'm yours."



Esta é uma leitura conjunta do livro



Retalhos de uma Leitura Conjunta - Questões






É tempo de mais questões depois de termos alcançado mais de metade da leitura do livro



Questões:
1. O que pensas da reacção de Santiago à menção do nome "Hugo" no momento de intimidade que partilhava com Clara?
A reacção dele foi normal pois parece-me que ele é daqueles que confia plenamente na mulher e nunca pensou que ela o fosse trair. Foi uma reacção de choque e espanto, e quando muitas vezes somos apanhados desprevenidos, a reacção de não agir/não dizer nada é normal. O que veio depois é que não é normal.

2. "Não percebo o que vês em mim. Eu sou um problema". Esta foi uma frase que Clara proferiu num diálogo com Santiago. De facto, o que é que levou Santiago a apaixonar-se tão intensamente por Clara?
Nesta relação acho que se aplica o famoso ditado "quanto mais me bates mais gosto de ti," traduzido por miúdos, quanto mais tentas ser fria e desinteressada em mim, mais eu te quero. Aquela sensação que vamos salvar alguém e que vamos conseguir "consertá-la" e fazê-la ver a vida de outra maneira. Para mim o Santiago sempre foi um idealista no amor e para ele a Clara foi o seu foco principal, quando nada até então lhe dado tanto gozo.

3. Será que Santiago queria mesmo morrer?
Não, não acho mas fiquei surpreendida com a atitude dele. Não o tomava como inseguro e que tivesse tais pensamentos antes de estar a par de toda a situação. Embriagado ou não, é preciso ser emocionalmente desequilibrado para ter tais ideias só porque um nome foi referido, mesmo num momento mais íntimo, contudo dito com repúdio, por isso há que perceber primeiro o que se passa para querer ir desta para melhor. E ele no fundo quer realmente saber o que se passa e não era por isso que ia deixar a filha órfã de pai. Bêbedo como estava se calhar nem chegou ao pé do mar e foi a maresia que o molhou.

Esta é uma leitura conjunta com a Silvana do Por detrás das palavras.

Retalhos de uma Leitura Conjunta - Desafio 3



Este é um desafio sobre a leitura conjunta com a Silvana do Por detrás das palavras  do livro 



Desafio 3:

As personagens estão a precisar de ir ao cinema. Que filme as levavas a ver?


Clara


Pelo trailer e pelo que sei da história parece se um filme que se adequa à Clara para que ela possa se livrar de todas as amarras do passado e para finalmente olhar para o presente/futuro de maneira mais ponderada e segura.

Hugo


Problemas com a polícia, adrenalina, drogas e mulheres são os temas que abarcam todos os filmes da saga Velocidade Furiosa. E o Hugo talvez aprendesse um bocadinho ao andar a brincar com a vida das pessoas ao ver este filme, porque no final podemos ficar mesmo sem elas sem haver qualquer retorno. (ver trailer)

Santiago


Escolhi este filme porque a mulher e a filha correm perigo e o protagonista tem de fazer tudo para salvar a vida delas. (ver trailer)

Carolina


Para a Carolina escolhi este filme infantil que estreou há pouco tempo. (ver trailer)


Top Ten Tuesday






Os lançamentos de 2014 que queria ter lido mas não tive oportunidade de o fazer


Estes são alguns dos livros que surgiram no ano passado e incluo aqueles que foram lançados no mercado português, mesmo que no país de origem do autor não tenha sido em 2014.








Estas são algumas das minhas escolhas, quais as vossas?





Retalhos de uma Leitura Conjunta - Questões




Estas são as questões levantadas pela Silvana do Por detrás das palavras sobre a 2º parte da leitura do livro



Questões:



1. Como uma pessoa que adora amores reencontrados, o que achaste deste reencontro entre Hugo e Clara?
Acho que a Clara nunca esqueceu o Hugo e viu-se na maneira com respondeu a ele. Correspondeu ao beijo e na maneira como lhe disse as coisas. 
Pensei que ele tivesse mesmo disposto a mostrar que gosta realmente dela e o passado também o fez sofrer e quer remediar isso, mas depois no final do capítulo fiquei furiosa com a atitude dele. O que me leva a pensar que as pessoas realmente nunca mudam a sua essência.

2. Achas que a Clara foi correcta quando se afastou de Hugo e não o ajudou?
É complicado avaliar esta questão. Se queres fugir a uma situação, então ela fez bem em abandoná-lo à sua sorte. Agora se queres agradecer pelo que ele sempre fez, então devia ter tentado saber da situação dele e ver no que dava, de qualquer maneira ele ficava preso pois foi apanhado em flagrante, por isso ela teria a possibilidade de fugir depois de tentar desenrascá-lo. 
Acho que a minha resposta pesa tanto o lado que de quereres abandonar uma situação opressiva como o lado que devias agradecer pelo que fizeram por ti, por isso não sei dizer exactamente se foi correcto ou não.

3. Pelo último capítulo desta parte que lemos ficamos a conhecer um bocadinho mais do Hugo. O que pensas sobre este passado? Que influência é que ele tem no Hugo que conhecemos nos dias de hoje?
Engraçado quando li essa parte fez-me pensar o Dawson do Dei-te o Melhor de Mim, protegido por um homem que espera apenas dele companhia e ajuda. Claro que tinha de existir algum tipo de semelhança naquilo que ele fez pela Clara pois ele passou exactamente pelo mesmo, e neste caso ele vê-a como um igual e compreende melhor que ninguém a situação, só que também há marcas que passado deixa e essas reflectem-se na agressividade, inconstância e adrenalina. 
Quando não conseguimos lidar com o passado ele irá eventualmente reflectir-se no presente/futuro, por isso saber que a Clara andou com a vida para a frente quando ela não tinha ninguém, o Hugo sente-se mais desprotegido e inseguro que nunca ao sentir que perdeu mais uma pessoa que gostava.

Retalhos de uma Leitura Conjunta - Desafio 2




Mais um desafio para responder depois de terminarmos a 2º parte da leitura do livro



Desafio 2:

Atenta nas personagens do livro. Escolhe uma citação/frase/poema para cada uma delas.

Clara: não consegui resistir e tive de escolher 2 citações, acho que expressam bem a maneira com a Clara está a lidar com a questão Hugo.

"When people don't express themselves, they die one piece at a time." Laurie Halse Anderson

"You never really understand a person until you consider things from his point of view...Until you climb inside of his skin and walk around in it." Harper Lee

Hugo: acho que a frase se enquadra pelo seu passado mas também como espero que a vida dele dê no futuro uma reviravolta de inferno para paraíso.

"The mind is its own place, and in itself can make a heaven of hell, a hell of heaven."

Santiago: a frase que escolhi tem a ver com o que penso que irá acontecer na relação do Santiago com a Clara, e a maneira como ele abordará o problema.

"All human wisdom is contained in these two words: Wait and Hope." Alexandre Dumas 


O Resumé de Opiniões V





Estes foram os livros que escolhi com a temática natalícia, mas claro o último não tem nada a ver, apenas foi lançado nesse altura.


Dash and Lily's Book of Dares:



Sob os pontos de vista de Dash e Lily vamos acompanhando a jornada de ambos enquanto se conhecem através de um livro de capa vermelha. Através de desafios vão passando os dias deambulando por Nova Iorque antes e após Natal com o sentido de obrigação de completar os testes proposto pelo outro.
Foi uma leitura agradável mas não me deixou super entusiasmada, talvez porque não tenha gostado particularmente de nenhum deles, ela sempre me pareceu uma rapariga demasiado histérica - tanto emocionalmente como fisicamente -, ele porque quis ter mais aquela aura de filosofo que "se te conheci assim, então significa que não era para sermos um casal."
Senti falta da magia do Natal, pois neste livro houve apenas a magia da Passagem de Ano.
3*

Let It Snow:



Com três contos passados no Natal que abordam as aventuras de várias personagens em que cada história individual se cruza, eventualmente, com a de todos os outros. Já estou familiarizada com John Green porém não estava com as duas outras autoras, e não acho que tenha ficado particularmente fã de nenhuma.
Não me senti direccionada para nenhuma história, cada uma teve os seus prós e contras, mas acho que a história final de Lauren Myracle lhe faltou essência, se a personagem principal já é egocêntrica o conto foi até ao momento final todo ele focado nela e nem mesmo o reencontro com o namorado e todas as outras personagens dos contos anteriores, fez com que melhorasse. 
De John Green gostei mas faltou-lhe mais magia natalícia, pois se sou uma sucker por amigos que se tornam namorados, podia ter tido mais alma. E o primeiro conto de Maureen Jonhson gostei como se desenrolou mas tenho de admitir que história é a mais irreal e mais inocente, mas talvez por isso fosse aquele que senti a magia do Natal a funcionar.
3*

Série Wallflower V:


Rafe Bowman não só tem uma personalidade semelhante à da irmã Lillian, como o mesmo jogo de sedução odeio-te/adoro-te, funciona nas suas relações amorosas. 
E se gostei tanto do Sedução Intensa com a Lillian e o Marcus, tinha de gostar deste pois para mim este tipo de história que "odeio-te mas não consigo deixar de pensar em ti", deixa-me sempre a pedir por mais.
Aqui vemos todas as Encalhadas felizes e realizadas com a suas famílias e amigos mas agora veem se na iminência de ajudarem mais uma rapariga recrutada para o grupo, Hannah. E entre encontros inquietantes entre ela e Rafe, em que nenhum quer assumir a verdade, a época que retrata e o conto de Natal de Dickens parecem surtir os efeitos necessários para que ambos se entendam.
Lisa Kleypas não desilude e continuo cada vez com mais vontade de ler as suas restantes obras.
4*

Série  Friday Harbor I:




Uma história fofinha de novas oportunidades para a pequena Holly, para a destroçada Maggie e para o novo homem de família Mark.
Indirectamente Holly consegue com que o tio passe a conhecer gradualmente Maggie e sem saber como o seu pedido de Natal é atendido. Afinal a magia do Natal está sempre presente nos corações dos mais pequenos e naqueles que acreditam em fadas e princesas.
E ainda apanhamos um vislumbre do que poderá acontecer nas histórias seguintes que contemplam os dois irmãos de Mark, Alex e Sam.
Apesar de não me ter entusiasmado tanto quantos os romances históricos, este contemporâneo é lesse bem.
3*

 Olhos de Vidro:


A minha primeira aventura com a Carina Rosa foi com este conto. E que conto!
Acho que fui apanhada bem desprevenida pois não estava mesmo nada à espera de algo tão pouco abonatório para esta altura do ano (Natal).
Apesar da surpresa, foi uma leitura que me deixou com um sorriso de choque e sadismo no final. 

Gosto de história mórbidas e que nos deem várias realidades pois definitivamente não vivemos num mundo cor-de-rosa.
Amanda não consegue separar a linha ténue entre a realidade da sua vida e a da personagem de ficção Milena que dá corpo, e aparentemente toda a sua alma. Demente, intensa e trágica, assim defino Amanda.
4* 

E vocês têm curiosidade em relação a algum deles?