Opinião Livro

Friend-Zoned, Belle Aurora


Título Original: Friend-Zoned
Autor: Belle Aurora
Género: NA
Série: Friend-Zoned #1
Páginas: 300
Ano Publicação: 2013

Sinopse

Nikolai Leokov never thought he'd fall in love with the only girl he's ever befriended.

Valentina Tomic has issues with commitment after the ultimate betrayal.

When Tina decides to make broody Nik's day better, she never thought she would end up friends with the hard man.

Nik has never had a woman be so affectionate to him without expecting something in return.

Nik and Tina cordially invite you to read Friend-zoned.

A story of friendship, humour and love.




Ando sempre em busca de livros animadores e que me façam sentir bem e descontraída. E quando iniciei uma pesquisa nesse sentido, surgiu este. Dei-lhe prioridade pois estava mesmo a precisar de algo relaxante, deixando tantos para trás que deveriam necessariamente ter preferência. Mas a verdade é que não me arrependo nada.


Valentina Tomic, mais conhecida por Tina, é dona de uma loja de roupa e farta de ver o vizinho da frente tirar parte do seu dia para vir até à rua fumar, resolve mandar-lhe um bilhete…com um rebuçado. 
E se não bastava dizerem a um adulto para sorrir, também é de estranhar receber uma guloseima. É o que pensa Nikolai Leokov. Contudo, o pior ainda está para vir, quando de repente é “notificado” para ser amigo de Tina.

Desde o início que tudo se vai pautar única e exclusivamente pela amizade. Tina surge como um tornado na vida de Nik, mas com o tempo, também ele contribui para a amizade. Sentem-se atraídos um pelo outro, mas não será este o facto predominante no crescimento da relação. Até que se torna inevitável controlar a química e os sentimentos presentes.

E se o par principal é bem cativante, o mesmo se pode dizer das três amigas da Tina e os três rapazes do lado do Nik. Se a Tina é explosiva, então quando está o “gangue feminino” junto, são demolidoras. São uma versão alternativa do Sexo e a Cidade. Por isso, os boys do Nik podem sempre estar protegidos por estas mulheres, assim como, não lhes vão faltar cupcakes.


A autora resolveu construir uma história bem refrescante. Sem necessidade de pender a premissa numa grande carga emocional, apesar de existirem problemas sérios, construiu personagens que apreciam, acima de tudo, o que compõe a vida, como a família e os amigos. 
Posso dizer que houve alguns momentos exagerados, intrusivos e previsíveis, mas foi tão deliciosa a leitura e tão bem passado o meu tempo, que mais não podia pedir nem exigir.

Recomendo para quem gosta de leituras com uma pitada de peripécias e situações a tender para o ridiculamente parvo mas engraçado. E como as personagens secundárias tiveram um papel tão importante neste primeiro volume, estou em pulgas para saber sobre o que espera ao próximo casal. Go Ghost and Nat.

Citações:

“And when I bake for someone, I give them a little part of myself. It's like giving someone a part of my hear every time."
I look up thoughtfully and shrug.
"I don't know if I like the idea of people buying pieces of me. They are mine to give away when I feel like it. And that makes them special.” 

“Fuck off, Beyoncé. There’s no such thing as angels. No one wears a halo. And if they do it’s only to disguise the pointed horns that sit atop their heads.”  

“.« Nik has obviously spoken to Nat about my candy preferences.
Written in raspberry bullets is ‘I’m sorry’.
Written in green apple jellybeans is ‘I miss you’.
Written in cherry jellybeans is ‘I love you’.
My heart skips a beat at the last line.
Written in gummy bears is ‘Marry me’.
Did Nik just propose using candy?
Why, yes, brain. Yes, he did. »”

Classificação: 4,5 de 5*
 

 



 

Top Ten Tuesday



Livros que são difíceis de ler (por qualquer motivo)


E o que têm em comum todos estes livros? 
O facto de os ter iniciado mas ainda não os terminei, estão em stand-by.  
Não sei se os iniciei numa má altura e aparentaram ser aborrecidos ou se a classificação certa será mesmo de enfadonhos.
E a verdade, é que, ainda não me decidi, se lhes dou nova oportunidade ou se os classifique como não-é-livro-para-mim. 
 
Aqui estão os contemplados:













Os livros que conhecem, acham que lhe devia dar nova oportunidade?




Música da Semana




Ando em modo Beyoncé, já a semana passada tinha destacado uma música dela, e a que vou apresentar de seguida, ainda é mais especial.
Independentemente de quem são (e do dinheiro que têm), a felicidade quando mora na nossa casa, não há qualquer problema em mostrá-la nem em declarar esse estado. Pois a graças a ela que nos sentimos vivos.

Vejam este vídeo, pois é daqueles bem enternecedores.



Friday Finds




Os meus "finds" desta semana são pouquinhos. São mais livros que são a continuação de séries diferentes e um que será a iniciação de outra.

Esta é uma rubrica semanal apresentada pelo blog Should Be Reading que pretende mostrar quais as novas adições para a minha lista TBR.




Conhecem estas séries?

TOP M&S








A minha parceria com a Silvana está a correr muito bem, por isso, tivemos outras ideias para dinamizarmos um pouco os nossos blogs e também dar-nos a conhecer.

Em formato de TOP 5 ou 10 , as nossas ideias vão ser exploradas e colocadas em prática todos os meses, sempre no dia 25. 
E este mês para a estreia foi proposto um tema que tem pano para mangas de sugestões. Aqui ficam as minhas e não se esqueçam de ver o Top da Silvana em Por detrás das palavras.



TOP 10 Recordações de Infância e/ou Adolescência


[Sem qualquer ordem de preferência]


1.




O meu pai odiava que eu mascasse pastilhas elásticas, proibiu-me mesmo, por isso, a solução para ele era dar-me Sugus. Resultou durante bastante tempo, até que eu percebi que as pastilhas eram bem melhores.



2.


Pois é este programa trás grandes recordações. Olhando para trás era uma parolice mas eu adorava, todos os sábados à tarde/noite lá estava eu a ver o energético João Baião e o macaco Adriano, e ainda ouvir o "Bacalhau quer Alho" do Saúl ou Iran Costa "É o Bicho".


3.


Viver no campo tem os seus benefícios, e quando tinha 6 anos, o meu pai presenteou-me com a minha primeira bicicleta. Lembro-me bem desse dia e ainda a tenho, está toda arranhada e já não tem selim confortável, mas nunca mais me vou esquecer dos momentos que passei de um lado para o outro na minha bicla rosa e verde fluorescente. Só foi pena ter tido um acidente com ela e a partir daí, andar de bicicleta passou para outro plano.

4.



"Então e o que é que queres ser quando fores grande?" "Veterinária". Sim, pois a minha pessoa pequenina achava que era só dar-lhe festas e de comer...até que percebi que tinha de fazer e ver certas coisas que não me cativaram muito. Contudo o desejo de vir a ter um abrigo ainda permanece, só a parte da quinta com animais é que já desisti da ideia!

5.



Esta foi mesmo a minha banda da adolescência, até olhando para trás vejo que era completamente maluca da cabeça. O que vale é que muitas pessoas sempre que ouvirem o nome desta banda de certeza que se lembram de mim. 
Mas esta banda não é especial só por isso, pois foi aquela que me fez ir a um concerto pela primeira vez, já lá vão 11 anos. E já agora esta imagem foi um dos posters que estiveram em "exposição" no meu quarto.

6.




Estão a ver daqueles móveis bares que algumas pessoas têm em casa?! Pois os meus tios têm um e um belo dia a minha prima e eu decidimos que tínhamos de provar esta bebida de aspecto interessante. Não me lembro do sabor nem nunca mais a bebi, mas vou-me sempre lembrar de ser a primeira bebida alcoólica que provei.


7.




E como comecei a gostar de Spice Girls?! Oh meu irmão decidiu que não tinha nada que gostar dos Backstreet Boys, mas antes que devia de gostar de uma girlsband. Pois quando pedi para o Natal a cassete deles, recebi a das Spice.
Adorava a Geri e a Mel C, e sempre que fazia um mini-espectáculo de Natal com as minhas primas, tinha de ser ou uma ou outra.

8.




Se adorava assistir aos Simpsons, não posso deixar de mencionar o meu amor por esta amostra de  urso/extraterrestre. Ainda nem eu sabia ler as legendas e já via o meu amigo do espaço, pois ter um irmão mais velho sempre influencia qualquer coisa. Que saudades...


9.




Não é que me orgulhe muito de gostar deste filme, mas como posso esquecer que era o meu filme preferido em pequena. E que proibi o meu irmão de desgravar a VHS, pois sempre que estava doente era a minha companhia. Bons momentos.


10.


O dentista. A minha história engraçada com a ida a um foi que só lá coloquei os pés com... 16 anos. E milagres dos milagres, os meus dentes estavam bons e saudáveis.


Daqui a um mês há mais.



Opinião Livro

Orgulho e Preconceito, Jane Austen



Título Original: Pride and Prejudice
Autor: Jane Austen
Editora: Europa-América
Género: Clássico
Páginas: 283
Ano Publicação PT: 2010

Sinopse

Orgulho e Preconceito é, sem dúvida, uma das obras em que melhor se pode descobrir a personalidade literária de Jane Austen. Com o fino poder de observação que lhe era peculiar, a autora dá-nos um retrato impressionante do que era o mundo da pequena burguesia inglesa do seu tempo: um mundo dominado pela mesquinhez do interesse, pelo orgulho e preconceitos de classe. Esses orgulhos e preconceitos que, no romance, acabam por ceder o passo a outras razões com bem mais fundas raízes no coração humano.



O meu livro data 2011 como o ano em que o adquiri, mas entre voltas e baldrocas, só surgiu a oportunidade de ler este grande clássico da literatura este ano, mais precisamente agora em Setembro. Depois de me juntar à Silvana do Por detrás das palavras nas aventuras de leituras conjuntas, surgiu a ideia de lermos este.

Eu bem queria ter gostado mais, esperava mesmo muito mais, ao ponto de achar que o livro fosse melhor que as duas adaptações cinematográficas, a de 1940 e a de 2005. Não digo que seja melhor pois já as vi em 2011 e a minha memória não é das melhores, mas esta obra é boa mas está muito sobrevalorizada. 
Sei bem que a essência de Jane Austen é alongar-se em descrições da podridão da sociedade daquele tempo, os estereótipos e o papel das mulheres, as reacções da igreja, a hierarquia social, e a falta de proactividade tanto para pessoas da dita classe social alta como a dificuldade das diferentes classes se entenderem.  E entre a irónia, a única personagem que consegui simpatizar e ter compaixão foi com Mr. Darcy. E aqui não falo por conter algum tipo de paixão platónica por ele, mas simplesmente por ser a personagem mais apontada e mais mal compreendida, quando nem existe verdadeiramente um bom motivo para isso.


Elizabeth Bennet é a perfeita heroína de Austen, a segunda de cinco filhas de uma família da classe média, aquela que tenta através da sua visão apelar ao leitor os problemas da sociedade no século XIX. Se tenta mostrar um espírito mais moderno para a época, em que não tinha qualquer problema em dizer o que lhe ia na alma, e mostrar que as mulheres não têm de ser todas recatadas, peca no sentido de ser demasiado crítica. Basicamente, para mim, o título aplica-se única e exclusivamente a Lizzy.

Ela é a personagem mais preconceituosa e que mais juízo de valor faz em quase todo o tempo de antena que tem. Se começa pela amiga Charlotte em relação ao casamento com Mr. Collins, com o Mr. Darcy, nem sequer lhe dá margem de manobra de ele ser boa pessoa. Bastou um comentário para criar uma série de mal entendidos e pressuposições em relação à sua pessoa. E quem mais o atacou foi a pessoa que mais se deixa iludir pelas primeiras impressões. E em relação ao orgulho, quando se apercebe que o seu coração pendia para Mr. Darcy, quis que fosse o pobre homem que, mesmo rejeitado e enxovalhado por si, teria de lhe declarar renovado interesse. Oh mulher, haja santa paciência...

E aqui tenho de comparar Mr. Darcy a Mr. Bingley. Se o primeiro foi o mais atacado com comentários negativos, como é que é possível, o Mr. Bingley ter passado entre os pingos da chuva, no meio de uma história em que ele é o protagonista? Darcy como amigo deu a sua opinião, mas o outro é que se deixou influenciar, ele é que é o agente activo na mudança de rumo na sua história de amor. E nem por um único momento, houve uma alminha que o condenasse. 
Já em relação à maneira como a autora pintou Mr. Darcy, acho que ela fez um brilharete. Pois ao servir-se em primeira linha dos ataques pessoais de Elizabeth, camuflou a verdadeira personalidade do homem. Se há coisa que ele pode ser acusado é de ser bastante reservado, tímido e retraído, logo dá-lhe uma aparência de arrogante e superior, quando no fundo não é nada assim. Sim julgou, mas quem não julga primeiro o livro pela capa?!


Sobre as restantes personagens, detestei Mr. Collins que, para uma pessoa da igreja, fazia um uso muito hábil da palavra para atacar muito sorrateiramente os outros. Mesquinhez e manhoso são as características apontadas. Depois sobre a família Bennet, se inicialmente achei Jane bondosa acho que a autora quis mostrar a ingenuidade mais como aspecto presente, pois ela tinha uma grande dificuldade em duvidar dos outros, o que a prejudicou. Sobre Lydia, é a fotocópia da mãe, ambas frívolas, cabeças no ar e fúteis, e por isso, não me surpreendeu nada o seu comportamento, que não é mais do que querer chamar a atenção com as suas excentricidades. Do Mr. Bennet esperava mais, talvez mais pulso, acção e prudência, o que não se verificou no assunto Wickham. Já sobre esta personagem, se logo percebemos o seu carácter também foi única que me deixou na dúvida sobre qual seria a sua verdadeira ambição ao ter fugido com Lydia, pois ela não tinha posses e ainda não existia uma intervenção do Mr. Darcy. E por último, Lady Catherine também merece destaque por ser a Cruella de Vil daquele tempo, ao achar-se em posição superior crítica tudo e todos, e apenas o seu modo de ver é que é o mais correcto e possuidor do dom da razão. Claramente uma sátira às pessoas da aristocracia. 

  
Posto isto, o bom na escrita de Jane Austen é a facilidade de conseguir com que os momentos fluam e de não sentimos o peso das páginas. Cada acontecimento por mais absurdo, aborrecido ou irritante, é capaz de puxar por extremos emocionais. Por momentos tinha vontade de entrar no livro e dar umas chapadas ou ao Mr. Collins ou à Elizabeth, ou então chamar à razão o Mr. Bingley. Acho mesmo que a obra está construída de modo a ser muito reactiva.

Apesar de não me ter arrebatado nem o colocar na minha lista como um dos meus livros preferidos, não posso deixar de dar o mérito a uma senhora que, tal como Eça de Queirós, passados 100/200 anos da publicação das suas obras, parecem escrever sobre a nossa actualidade. 
Dizem que a série da BBC de 1995 é mais fiel ao livro, e como tal, quero dar uma olhadela, pois nunca é demais ver o Colin Firth.

Citações: Usadas nos desafios da leitura conjunta

Classificação: 4 de 5*